Resumindo a Notícia
- Eduardo Ribeiro, 42 anos, está completando 25 de carreira.
- Fala Brasil adota um ritmo mais dinâmico com chegada do apresentador.
- Filho de caixeiro viajante, trabalhou na infância vendendo quitutes feitos por sua mãe.
- Entrevistas com presidenciáveis, ao vivo, terão 40 minutos.
O talento e a versatilidade de Eduardo Ribeiro estão agora a serviço do Fala Brasil
EDU MORAES/RECORD TVA modernidade e o dinamismo do Fala Brasil, o matinal de jornalismo da Record TV, receberam um reforço importante. No último dia 12 de setembro, o talento do jornalista Eduardo Ribeiro foi unido à competência da colega Mariana Godoy na apresentação do matinal de jornalismo da emissora. Ribeiro trocou de posto com Sergio Aguiar, que passa a apresentar o Domingo Espetacular.
Versatilidade é característica-chave de Eduardo Ribeiro. Paranaense de Curitiba, 42 anos, filho de um caixeiro viajante da indústria farmacêutica (“meu pai foi repórter de campo e radialista junto com o apresentador Ratinho”), Ribeiro fez jornalismo na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná.
Na profissão, fez quase tudo: trabalhou em rádio, escreveu em jornal, foi repórter de portal de notícias e de tevê. Fez reportagens, ancorou e apresentou vários jornais e programas de notícias na Record TV, onde está desde agosto de 2007.
Nessa conversa com o R7 ENTREVISTA, Ribeiro revela os novos desafios e novidades no Fala Brasil, lembra dos trabalhos mais importantes de sua carreira e faz comentários sobre as entrevistas com os candidatos à presidência da República que fará, durante a semana, nas sabatinas da Record TV.
Todos os líderes nas pesquisas foram convidados. Os que aceitaram serão entrevistados por 40 minutos pelo jornalista no Jornal da Record. O presidente Jair Bolsonaro (PL) na segunda (26), Ciro Gomes (PDT) na terça-feira (27) e Simone Tebet (MDB) na quarta-feira (28) estão confirmados. Estarão todos à frente de Ribeiro, um craque que atua nas onze. Acompanhe:
Antes de conversarmos sobre seu novo desafio no Fala Brasil, dê detalhes sobre as entrevistas com presidenciáveis que você fará, nesta semana, para as sabatinas da Record TV.
Eduardo Ribeiro – Trabalho em eleição desde os 18 anos. Esta será minha sétima cobertura presidencial. Na última, em 2018, cobri Marina Silva, Fernando Haddad e terminei com Jair Bolsonaro, o eleito. O mais interessante da sabatina é a possibilidade de o candidato ser apresentado numa amplitude maior. Basicamente, porque há mais tempo e, para todos, são entrevistas, perguntas e respostas, e não discursos. Os candidatos não se apresentam baseados apenas no que consideram positivo ou imaginam que o eleitor quer saber, como ocorre nos horários eleitorais, mas a partir de questões feitas por jornalistas e grupos que não são os das suas campanhas. Isso é positivo, revelador, o Brasil real. Tive a honra de ser convidado para ancorar as sabatinas. Farei com orgulho, ao lado da equipe da Record TV. Quarenta minutos ao vivo, eu e o candidato, no Jornal da Record, durante a semana. Serão oportunidades de ouro para o eleitor formar opinião.
Como foi idealizada sua mudança do Domingo Espetacular para o Fala Brasil?
Foi positivo para todos: a Record TV, os dois programas e também para mim, em termos profissionais e individuais. Os primeiros resultados mostram isso. Logo após assumir a vice-presidência de jornalismo do grupo, em janeiro de 2019, o Antônio Guerreiro me disse que meu trabalho daria melhores resultados a partir de São Paulo. E que oportunidade esperada por mim, de apresentar e ancorar jornais e programas jornalísticos, surgiria mais rapidamente do que eu esperava - o que de fato ocorreu.
Estava feliz na apresentação do Domingo Espetacular?
Muito, mas, ao mesmo tempo, sentia saudade do jornalismo diário, aquele apurado na rua, do preço do gás, da falta de leito nos hospitais, da reportagem 'chão de fábrica', pé no chão. É o que mais gosto de fazer no jornalismo, o que faz meu coração bater mais forte, entende?
Com Mariana Godoy na bancada do matinal: conversa de pé e movimento
EDU MORAES/RECORD TV
E como entendo. Mas e daí?
Pela natureza das obrigações como apresentador, gravações, agendas, não sobrava muito tempo para a adrenalina desse jornalismo diário, de rua. Isso às vezes me trazia uma certa angústia. Ao mesmo tempo, o Antonio Guerreiro sentiu necessidade de dar uma mexida no Fala Brasil, na guerra televisiva da manhã, e me perguntou se eu gostaria de participar desse projeto. Aceitei na hora e agradeci. Depois da oportunidade de apresentar, veio a de voltar a fazer matérias diárias em maior volume, também apresentando, o que supriu exatamente o que estava sentindo falta. O Domingo Espetacular está sendo bem conduzido. Foi bom para todos, enfim.
Pelo visto você está animado.
Demais. Começamos a implantar novos formatos no Fala Brasil. Passamos a movimentar, alternar posições à frente e atrás da bancada. Os dois apresentadores em pé, à frente da bancada ensolarada, às oito e meia da manhã, olhando para as pessoas no olho, de pertinho, passando notícias e decisões capazes de alterar o dia, a semana ou mesmo um período de vida de muita gente. Mais entradas ao vivo, rodando o Brasil com a preocupação de descomplicar e traduzir as notícias. Por tudo isso, faço questão de participar, à tarde, das reuniões de pauta para a edição da manhã seguinte.
Puxado, mas compensador.
Exatamente. A Mariana Godoy, ótima profissional, e eu estamos fazendo isso desde 12 de setembro, com recepção positiva do público. O Fala Brasil vai ao ar, na Record TV, de segunda a sexta, às 8h40, e aos sábados, a partir das 7h35. Nos tempos do Domingo Espetacular, acordava às oito e meia, nove horas da manhã. Agora, pulo da cama às quatro e cinquenta da madruga. Às vezes parece que o colçhão me puxa de volta, mas dá para perceber que estou feliz (risos).
Como está vendo o metaverso, a mais novo darling, queridinho, do universo digital, o espaço coletivo que tenta replicar a realidade com a soma de internet e as realidades virtual e aumentada?
Certamente aproveitaremos muito o metaverso no Fala Brasil. Colocar as pessoas lá dentro, conosco, será encantador, bacana, sedutor e, acima de tudo, muito útil. Na gestão atual do jornalismo, nos últimos anos, na gestão atual, as plataformas da Record mostram como característica, mais do que quaisquer outras do país, a busca, o incômodo, no melhor sentido, de buscar novidades tecnológicas e digitais e extrair delas o máximo possível de ferramentas e recursos.
O público só ganha com isso.
Exato. O Fala Brasil é um jornal de quase uma hora e meia de duração. Não vai ao ar muito cedo nem muito tarde. Então, está na faixa de horário excelente, balanceada, para chamar um público que não está mais tão apressado no dia e questionar: ei, venha cá, o que você está achando disso? E daquilo? E deste terceiro tema? Estamos fortes na interação: hashtags, algoritmos, nuvem de palavras, tudo com intensidade. A gente fala sobre Supremo Tribunal Federal, gasolina, sequestro-relâmpago e quadrilha do Pix e consegue identificar o que mais interessa às pessoas praticamente em tempo real. E mais importante: saber o interessa mas não está sendo compreendido nos detalhes necessários. Aí a gente explica, volta, detalha, conversa, sempre naquela missão de limpar as informações das contaminações ruins e apontar coisas falsas. São comportamentos e posturas típicos do grupo.
Até mesmo jornalistas experientes sofrem para separar o que importa em meio a esse bombardeio arrasador de informações para tudo o que é lado.
Isso. Com a internet e as redes sociais neste volume, as pessoas são vítimas de uma overdose de informação, bombardeadas com notícias e dados, superinformadas, mas não necessariamente bem abastecidas em termos de qualidade. Apostaria até que a maioria está com a cabeça embaraçada e capacidade comprometida de separar boa informação de mentira. O jornalismo profissional precisa, como nunca, funcionar como curador para essas pessoas, ajudando a separar o joio o trigo. A tecnologia digital é uma ferramenta fantástica para ajudar nisso. Nós mesmos, jornalistas, às vezes nos embriagamos e nos contaminamos com isso.
De bicicleta, em um momento de descontração
DIVULGAÇÃO/RECORD TV
Tem muita gente separando o joio do trigo e ficando com o joio.
(Risos). Exatamente. Às vezes é tanta coisa que fica difícil limpar e jogar fora tudo o que precisa ser descartado. Costumavam espetar a classe dizendo que jornalista é um especialista em generalidades. Dois minutos e meio conversa sobre todo e qualquer assunto, cutucavam os mais maldosos. Pois agora precisamos ser especialistas no que efetivamente importa: descomplicar, traduzir o difícil e dar suporte ao público. A fake news, ao contrário do que muitos pensam, vai fortalecer o bom jornalismo e o jornalista competente. No Fala Brasil e nas outras plataformas do grupo, até mesmo porque são conteúdos cruzados, a ordem é produzir jornalismo compreensível e útil para a senhora que conversa com a vizinha da janela e, ao mesmo tempo, também para o executivo da rica Avenida Faria Lima, em São Paulo. A propósito, essa campanha do R7 de dizer que no grupo Record fake não vira news é espetacular. No alvo.
Você completou 25 anos de carreira. Lembre as reportagens e trabalhos que mais te deram satisfação profissional.
Você foi ao dizer satisfação profissional – porque boa parte delas envolveu, infelizmente, episódios ruins, de tristeza social e coletiva. Rádio, jornalismo impresso, internet, portais e, nos últimos anos, num grupo de comunicação do porte da Record. Tive oportunidade de trabalhar em muita coisa importante. Casos Nardoni, Misael Bispo, Boate Kiss e outros julgamentos importantes na Record. Em Santa Maria, no caso Boate Kiss, ancorei de lá, por sete dias seguidos, o Jornal da Record. As coberturas das tragédias provocadas pelas chuvas na bela e imperial cidade de Petrópolis, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. A entrevista exclusiva com o ex-líder venezuelano Hugo Chávez, na porta do hotel em que ele se hospedava, em Mar de Plata, na Argentina, durante a reunião de cúpula dos chefes de estado e de governo ibero-americanos, ainda na Band. Muitas coisas, mas essas, penso, foram as mais importantes.
Parabéns e feliz bodas de prata profissionais.
Obrigado. Em frente para mais bodas.